Jean-Louis Fournier teve dois “fins do mundo”. É com essa frase que o autor, elogiado pela Academie Goncourt e pela mídia francesa, caracteriza a dor de, por duas vezes, ver diagnosticada a incontornável deficiência de dois filhos.
Aonde a gente vai, papai? é a pergunta, repetida incansavelmente, que uma das crianças faz sempre que entra em um carro. Seria normal, se a pergunta não perdurasse por mais de dez anos. Os dois filhos, os irmãos Thomas e Mathieu, jamais aprenderam a ler, jamais compartilharam com o pai uma história, uma aventura, uma descoberta – eles ficaram mais velhos, mas não se tornaram adultos.
Em textos curtos, quase casos narrados conforme a lembrança, Fournier mostra que o riso é praticamente proibido àqueles que convivem com crianças como as dele; que não é permitido encontrar graça naquele menino todo lambuzado de sorvete, naquele desenho malfeito, no movimento sem jeito – algo que divertiria pais comuns. Sem medo de mostrar a fraqueza demasiado humana e o sentimento ambíguo que o levaram a, por vezes, odiar aquelas eternas crianças, o autor deixa perceber que gostaria simplesmente de ouvir os filhos se gabarem dele por terem um pai que cria desenhos animados e histórias que muitos outros não fazem. Mas Thomas e Mathieu não entendem seus desenhos nem leem suas fábulas. Fournier relata essa experiência paterna sem apelo, com franqueza e ternura singulares.
Dimensões da Embalagem: 18 x 25 x 4 cm
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